Fonoaudiologia e linguagem: nota pública sobre matéria do fantástico de 21 de outubro

Por Conselho Federal de Fonoaudiologia

Conforme a Lei n- 6.965/81, a Fonoaudiologia é profissão regulamentada, tendo garantido estatuto legal e reconhecimento em território nacional desde 1981. O Fonoaudiólogo, por sua vez, é o profissional responsável pela atenção e cuidado de todos os aspectos relacionados à comunicação humana. Neste âmbito, estão as questões voltadas a promoção da saúde, prevenção, avaliação de alterações, diagnóstico e terapia.

Vale salientar que a regulamentação de uma profissão tem como finalidade proteger e garantir a qualidade de atendimento à sociedade. Para isso, são determinados os princípios, habilidades e competências profissionais, fato que impõe formação técnica e científica de conhecimentos adquiridos em graduação.

De acordo com o que estabelece a Resolução CFFa nº 320/2006 que dispõe sobre as especialidades em Fonoaudiologia e complementa o exercício profissional, posto está que : “a Linguagem é o campo da Fonoaudiologia voltado para o estudo, pesquisa, promoção, prevenção, avaliação, diagnóstico e tratamento de transtornos a ela relacionados, a fim de garantir e otimizar o uso das habilidades de linguagem do indivíduo, objetivando a comunicação e garantindo bem estar e inclusão social.” Destaca-se que para o domínio do profissional (fonoaudiólogo,) especialista em Linguagem, se faz necessário o aprofundamento em estudos específicos e atuação em processos de aquisição e desenvolvimento da linguagem oral.

Na referida matéria, realizada pela atriz Thais Fersoza, com participação dos neurocientistas da Universidade Harvard- EUA John Gabrieli, Bruna Veslasques da UFRJ/INA e da pedagoga Beatriz Cardoso, doutora em Educação, foram abordadas questões que envolvem a aquisição e o desenvolvimento da linguagem de crianças sem a participação e contribuição de um fonoaudiólogo. Fato que vimos com total indignação, uma vez que, assim como determinado pela Lei 6.965/1981, e apresentado pela Resolução CFFa nº 320/2006, esse é o profissional que se ocupa, prioritariamente, com a pesquisa, avaliação, diagnostico e acompanhamento de crianças com ou sem comprometimento na aquisição e/ou desenvolvimento da fala e linguagem.

Ressaltamos a importância dos estudos da neurociência, reconhecemos o papel das diferentes áreas de conhecimento e entendemos a necessidade de tratar o tema e alertar a sociedade sobre questões que envolvem o desenvolvimento das crianças. Porém, devemos trata-la com a seriedade que merece, respeitando os limites e competências de cada área.

No mais, lamentamos o desconhecimento da emissora ao tratar o assunto sem ter o fonoaudiólogo como fonte da reportagem. E, considerando que temos como principio assegurar à população atendimento responsável e de qualidade, repudiamos qualquer movimento de desvalorização de nossa profissão e nos manifestamos em sua defesa.