CAV Conselheiro Lafaiete aponta desafios no atendimento fonoaudiológico ao cidadão

A saúde pública de Conselheiro Lafaiete enfrenta uma série de desafios na prestação de serviços de Fonoaudiologia, especialmente em relação ao atendimento infantil. Atualmente, cerca de 200 crianças aguardam atendimento, especialmente os casos de suspeita ou diagnóstico de TEA.

As Unidades Básicas de Saúde, porta de entrada para os atendimentos na rede SUS, apresentam uma ausência significativa de fonoaudiólogos, afetando outros serviços municipais importantes como o eMulti – antigo Nasf. Segundo a Secretária de Saúde, Janice Batista de Oliveira, há previsão de um novo concurso público para contratação de fonoaudiólogos, Serão  duas novas vagas de 25 horas semanais cada.

Saúde Auditiva e Reabilitação

Na saúde auditiva, a fonoaudióloga referência técnica local é a única profissional responsável pelos encaminhamentos e pela triagem de exames auditivos. Apesar do esforço de triagem realizado no município, os exames específicos para o diagnóstico são realizados em Barbacena, cidade referência para os casos de maior complexidade. Além disso, pacientes que necessitam de reabilitação auditiva, após protetização, são encaminhados para o Núcleo Especializado de Reabilitação (NER) em Conselheiro Lafaiete, onde enfrentam uma fila de espera de cerca de 250 pacientes.

APAE

A APAE de Conselheiro Lafaiete, habilitada ao Serdi 1 (Serviço de Reabilitação para Deficiência Intelectual), tem desempenhado um importante papel no acompanhamento de crianças com TEA e outras deficiências intelectuais. A instituição conta com uma equipe multidisciplinar composta por uma fonoaudióloga, dois terapeutas ocupacionais (TO), dois fisioterapeutas e três psicólogos. Mesmo assim, a fila de espera chega a aproximadamente 200 crianças, evidenciando a necessidade de ampliação do corpo técnico, especialmente para Fonoaudiologia.

Parcerias Hospitalares

Os atendimentos hospitalares na rede SUS em Conselheiro Lafaiete são realizados por meio de parcerias com instituições regionais. O município não possui hospital próprio, mas conta com o apoio do Hospital São José para atendimento de traumas, São Camilo para clínica geral e o Hospital Queluz, especializado em ginecologia, obstetrícia e Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Este último com uma única fonoaudióloga em seu quadro clínico, sendo este quantitativo insuficiente para atender à demanda.

O Hospital São José, também conta somente com uma fonoaudióloga na equipe, que  atende à demanda de dois CTIs, cada um com 10 leitos, além da realização de orientações a outros setores. 

Em ambos hospitais fica evidente a necessidade de ampliação do serviço de Fonoaudiologia tanto no se refere à assistência prestada à população quanto às condições de trabalho das profissionais.

Expectativas e Soluções

Em meio a esses desafios, a Secretaria de Saúde planeja reestruturar e ampliar os serviços fonoaudiológicos no município. Além do concurso público previsto, na reunião entre Crefono 6, fonoaudiólogos da rede e gestão foi discutida a implementação de novos Procedimentos Operacionais Padrão (POP) para otimizar os atendimentos, como as diretrizes de alta e desligamento de pacientes. Também foi destacada a necessidade de ampliar o número de profissionais para atender a crescente demanda, especialmente no atendimento a crianças com TEA.

A expectativa é de que, com novas contratações e a reorganização da rede de atendimento, seja possível reduzir significativamente a demanda reprimida, garantindo um atendimento mais eficaz e abrangente para a população.